Acordamos cedo no meio de uma vasta paisagem de muita neve. O termômetro do carro marcava -3ºC quando saímos para visitar (pela segunda vez) a cachoeira Dettifoss. Na tarde anterior a gente tinha começado a trilha, mas as más condições meteorológicas, e o pouco tempo de luz solar fizeram com que déssemos meia volta e acampássemos na estrada.
Nessa manhã a paisagem já estava completamente diferente, toda coberta por uma camada fina de neve que ainda não havia derretido com os primeiros raios solares. E assim chegamos na Dettifoss, os primeiros a avistá-la naquele 22 de outubro de 2015! A sensação de estarmos lá sozinhos, em uma das cachoeiras mais icônicas da Islândia, foi indescritível!

Elina na trilha para Dettifoss
A Dettifoss é uma das maiores quedas da Europa, com 48 m de altura de 100 m de largura, e o turista tem o privilégio de vê-la de cima. É um volume de água assustador! As pedras estavam bem escorregadias por causa da neve derretida, ou pelo gelo formado em algumas partes, e não era uma tarefa fácil andar pela beira do precipício sem imaginar uma tragédia. Não existe cercas de proteção, nem nada, o turista está totalmente livre e por conta se aventurando perto da queda!

Na borda da Dettifoss, uma das maiores quedas da Europa
Continuando numa trilha relativamente curta de 1,5km entre as pedras beirando o rio, chega-se em outra cachoeira chamada Selfoss. Os dedos do pé da Elina ainda estavam congelados, e cada pisada era dolorosa. A caminhada foi lenta e cautelosa, mas aos poucos íamos deixando a Dettifoss para trás, e perseguíamos o som da Selfoss mais adiante.

Elina e a Selfoss ao fundo
Quando voltávamos a trilha, começamos a ver os primeiros turistas chegando. Foi ótimo estar lá antes de todo mundo e aproveitar essa maravilha da Natureza a sós.
Mas era hora de puxar o carro e contornar a costa Leste da ilha pela Ring Road, sem grandes paradas. A estrada se transformava a cada quilometro rodado, passando por montanhas nevadas, cachoeiras, riachos de águas cristalinas, litoral recortado pelo mar. Cada paisagem digna de cartão postal, mas que hoje não fazemos a menor ideia de onde eram exatamente. Viajar pela Islândia é isso, desfrutar o percurso!

Fim de tarde na Ring Road, na costa Leste da Islândia
Paramos em algum canto da estrada perto de Djupivogur. Dormimos uma noite sob o céu limpo e estrelado, repleta de esperança, mas sem auroras-boreais. Já era o nosso oitavo dia na Islândia, e as luzes do norte teimavam em não aparecer.